Caso FIFA: pela primeira vez na vida, os Marinhos correm um risco real de se dar mal. Por Leandro Fortes

.

Por Leandro Fortes - 15 de novembro de 2017

Não vejo Jornal Nacional, por recomendação médica, mas fui ver o VT da edição recente, sobre o escândalo da Fifa.
É pânico em estado puro.
Sem nenhum outro argumento, o JN anunciou, em quatro oportunidades, num jogral constrangido de seus apresentadores, que uma “investigação interna” nada encontrou que corroborasse a denúncia de pagamento de propina feita, nos Estados Unidos, pelo empresário argentino Alejandro Burzaco.

“Investigação interna” é, obviamente, uma fantasia ridícula pensada às pressas para ser colocada no Jornal Nacional, uma vez que a outra alternativa – não falar sobre o assunto – deixou de ser viável, por causa das redes sociais.
Qualquer mentecapto, mesmo entre os que veem o JN todo dia, percebeu que nunca houve investigação interna nenhuma, mas a construção de uma desculpa esfarrapada para segurar as pontas enquanto a turma decide como sair dessa enrascada com a cabeça em cima do pescoço.
Explica-se: o crime de perjúrio, nos Estados Unidos, é gravíssimo, e o processo de delação, ao contrário do que ocorrer na República de Curitiba, existe para gerar consequências práticas dentro do processo legal. Em suma, o Judiciário americano não usa a delação para fustigar inimigos, mas para produzir provas.
Burzaco não iria acusar a Globo e outra meia dúzia de ultra poderosos grupos internacionais de mídia se não tivesse como provar o que está dizendo.
E como a Globo não tem como amansar juízes dos EUA com diáfanas premiações do tipo faz-a-diferença, é certo que, pela primeira vez na vida, os Marinho correm um risco real de se dar mal.
A conferir.


Comentários