'Polícia prendeu um varejista do tráfico; as grandes lideranças não aparecem', diz socióloga sobre Rogério 157

Júlia Dias Carneiro da BBC Brasil no Rio de Janeiro

Prisão de Rogério 157 no RioDireito de imagemTÂNIA REGO/AGENCIA BRASIL
Image captionRogério 157 era o bandido mais procurado do Rio desde a eclosão de conflito na Rocinha, em setembro | Foto: Tânia Rego/Agencia Brasil
A prisão de Rogério 157, que chefiava o tráfico na Rocinha e passou a ser o homem mais procurado do Rio desde a guerra que irrompeu na favela em setembro, foi comemorada pela cúpula de segurança do Rio como uma grande vitória - mas está longe de ser "uma virada de página" na segurança pública, alerta a socióloga Julita Lemgruber.
"É importante dizer que a polícia prendeu um varejista. Esses jovens à frente do tráfico no Rio na verdade são varejistas", diz ela, uma das coordenadoras do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Cândido Mendes (Cesec).
"Os grandes traficantes, as conexões internacionais, quem na verdade fornece drogas e armas para esses varejistas nas favelas, esses a polícia não prende. A polícia rotineiramente prende o cara que está na ponta, mas as lideranças nós não vemos serem presas", alerta Lemgruber, que acompanha a evolução da criminalidade no Rio desde os anos 1970 e considera que, "infelizmente, nada melhorou".

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